terça-feira, 1 de março de 2016

Povo Evangelico fazem-oracoes em 17 diferentes morros da cidade do RJ

Fiéis oram no Monte Horebe, ponto de encontro de evangélicos de várias denominaçöes - foto: Cléber Júnior / Extra
Há mais de dois mil anos, Jesus Cristo pregava no Monte das Oliveiras. De lá para cá, muita coisa mudou: com a construção de templos e igrejas, a prece ao ar livre deixou de ser uma prática comum. Mas, aos poucos, ela vem retomando o seu espaço e multiplicando o seu número de adeptos. Há alguns anos, por exemplo, evangélicos de diversas correntes começaram a tomar conta de clareiras e, hoje, já contam com pelo menos 17 pontos de oração no Rio, Baixada Fluminense, São Gonçalo e Niterói (assista ao vídeo dos fiéis orando em montanhas da Baixada).
É fácil avistá-los mesmo de longe: as saias compridas e coloridas das mulheres chamam a atenção em meio ao verde. É o que acontece, por exemplo, no Monte da Fiação. Localizado às margens da Via Light, na divisa dos municípios de São João de Meriti e Nilópolis, o local é facilmente visto por quem passa de carro lá perto.
- Esse ponto ainda não é muito conhecido. Mas o movimento é constante. Tem sempre gente orando aqui. As pessoas vêm a qualquer hora. Mas não à noite, quando é meio perigoso - disse o estudante Gabriel de Andrade, de 19 anos.
Já em Duque de Caxias, o Monte Cidade dos Meninos, no Lote Quinze, é frequentado dia e noite. Localizado em um terreno do governo federal, o local conta com segurança, o que acaba deixando os evangélicos mais tranquilos.
- É um lugar de muita paz. E onde todos são recebidos de braços abertos. Você não tem que pertencer a uma determinada igreja para frequentar um monte. Tudo o que você tem que fazer é ir até ele, enfrentar a subida e conversar com Deus - diz o presbítero Celso Antônio, de 71 anos.
Segundo ele, o fato de orar na montanha não significa que os templos estejam ficando vazios:
- São duas coisas diferentes. A oração nos templos é feita em conjunto. A nos montes é um tempo de reflexão somente da pessoa.
Preces ao ar livre em área violenta
Até mesmo em uma área marcada pela violência é possível encontrar um lugarzinho ao sol para fazer orações. É o caso do Monte Jacó, localizado no bairro Engenho da Rainha. Próximo ao Complexo do Alemão, o local vem atraindo cada vez mais fiéis, vindos de várias partes da cidade.
- O movimento por aqui é muito grande, principalmente nos fins de semana. É bonito ver as pessoas dedicando um tempo da vida delas a Deus - diz o vendedor Fábio Parreira de Almeida, de 32 anos, que trabalha perto do acesso ao monte.
Católico, Fábio acha a ideia da prece ao ar livre muito interessante:
- Deve ser muito melhor do que ficar preso entre quatro paredes, em uma igreja ou um templo. Acho que um dia desses, eu mesmo vou me juntar ao pessoal que sobe o monte para experimentar.

Caminhada de 4h em Nova Iguaçu
Em Nova Iguaçu, uma imensa montanha que fica atrás de ruas residenciais, no bairro do Cabuçu, foi dividida em dois montes: o da Aliança, com acesso fácil, a cerca de meia hora da base; e o do Céu Aberto, que exige pelo menos quatro horas de caminhada pela mata.
- Mas vale o sacrifício. É a nova geração de fiéis atendendo ao chamado do Senhor - diz o autônomo Carlos Freitas, de 41 anos.
No bairro Nova Aurora, em Belford Roxo, a movimentação dos evangélicos no Monte Vila Maia chama a atenção dos moradores.
- Melhor ter gente rezando no morro do que tiroteio - diz Camila Oliveira Silva, de 27 anos.
O pintor Rui Loureiro, de 54 anos, concorda:
- Muita gente se incomoda com a presença de evangélicos. Eu não. São pessoas de paz. Se, em vez de armas, as pessoas carregassem bíblias, o mundo seria melhor.


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